terça-feira, 4 de agosto de 2009

6 CONCLUSÃO

Durante o tempo em que o caso Isabella Nardoni foi exposto na mídia e especialmente pelo jornal impresso, Folha de S. Paulo, foi verificado que houve espetacularização da informação e sensacionalismo na forma como foram apresentadas as notícias; e como conseqüência disso, foi verificado também que existiu um comportamento anti-ético por parte da Folha e também dos jornalistas que construíram as informações.

Nas matérias que a Folha publicou, especialmente as de todos os dias do mês de abril, quando o caso estava muito evidente na mídia, foram inseridos títulos e subtítulos que levava o leitor a pensar que o casal era culpado, mesmo de forma indireta, num momento tão inicial das investigações e que ainda cabiam todos os recursos por parte dos advogados do casal. A Folha de S. Paulo utilizou as informações fornecidas pelas fontes sem fazer a adaptação técnica do campo jornalístico que é de apurar as informações e saber o que deve ser publicado ou não, pois não é tudo que é informado por uma fonte de que deve ser publicado e nem na íntegra.

O discurso que a Folha usou em suas matérias, a postura que o jornal tomou, assim como os outros veículos de comunicação ao fazer de um fato, espetáculo, ficou explicado devido à concorrência entre os outros veículos de comunicação que fazem a notícia de forma a chamar a atenção dos leitores, nesse aspecto também há falta de ética, uma vez que a notícia é considerada uma informação de interesse social e deve ser transmitida como um critério de noticiabilidade e não como uma mercadoria. Porém, o mercado exige que esse tipo de postura seja tomada, uma vez que diante de inúmeros jornais no mercado atualmente, aquele que não se empenhar em vender mais, em chamar mais a atenção dos leitores ficará para trás, e isso não é o objetivo de nenhuma empresa capitalista como é o caso da Folha de S. Paulo.

A Folha de S. Paulo usou o jornalismo científico quando publicou matérias que divulgavam notícias sobre o que os peritos encontraram durante suas investigações no local do crime, ou seja, matérias que se fundamentaram em resultados da ciência, que foi descoberto um fato novo, isto é, que inda não era do conhecimento social. Neste caso, os peritos que trabalharam nas investigações para descobrir quem foi que esteve no prédio no dia daquele episódio ou se realmente foi o casal quem cometeu o crime faziam, assim, o uso da ciência, os jornalistas ao adaptarem as informações e escreverem sobre o assunto estavam contribuindo e fazendo o jornalismo científico.

A Folha de S. Paulo utilizou os mais diversos tipos de leads em suas publicações como o clássico, que como de costume é o mais usado pelo jornais; o de citação, o circunstancial, o conceitual, o cronológico, o descritivo, o interrogativo, o adversativo e o explicativo.